O Candomblé é uma junção direta de diversos cultos africanos trazidos pelos negros escravizados da África desde o período em que o Brasil era colônia de Portugal. Acredita-se que tenha surgido com esse nome na Bahia e depois espalhou-se pelo Nordeste e, dali, para o restante do Brasil. Como é uma mistura de culturas de diferentes povos, essa religião não é praticada de maneira única.
As pessoas iniciadas no Candomblé formam uma família espiritual. No Candomblé, o sacerdote responsável pelo templo é o Babalorixá (“babá“ significa pai em yorubá) ou a Ialorixá (“iyá“ significa mãe). As pessoas iniciadas pelo mesmo sacerdote são irmãs. Quando o sacerdote (babalorixá ou ialorixá) morre, quem define o sucessor é o Orixá por meio de um oráculo. Há ainda outros cargos, cada um com uma função específica.
Em geral, os rituais são festas nas quais são feitas oferendas, que são comidas feitas para agradar aos Orixás, servidas ao som dos batuques e das danças — herança típica africana. O ritual atrai os espíritos ancestrais e os Orixás. As pessoas presentes iniciadas na religião entram, então, em uma espécie de transe e dançam de acordo com seus Orixás de cabeça (o Orixá que guia a vida de cada pessoa). Nesses rituais não há utilização de tabaco e álcool.
Além dos Orixás, os candomblecistas também acreditam na existência de um deus soberano, chamado de Olódùmarè. A quantidade de Orixás varia de acordo com o tipo de Candomblé. Podem ser até 20 orixás, e cada um possui uma característica de ação.
Umbanda é uma palavra do dialeto quimbundo e significa “curandeirismo ou arte da cura”. Como religião, foi criada no Brasil em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes. Ele passou a incorporar um espírito chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas, que começou a dar instruções de cura, o que deu início à prática da Umbanda.
É uma religião que sincretiza elementos dos cultos africanos com santos católicos e tradições indígenas, além do espiritismo kardecista. Os umbandistas acreditam na existência de um deus soberano chamado Olorum (equivalente a Olódùmarè). Eles também creem na imortalidade da alma, na reencarnação e no carma, além de reverenciar entidades, que seriam espíritos mais experientes que guiam as pessoas. Um dos principais marcos cristãos da Umbanda é a prática da caridade.
Os rituais umbandistas também são feitos com batuques e cânticos sagrados, mas cantados em português. É comum que médiuns recebam incorporações de entidades para curar, aconselhar, avaliar e modificar a vida das pessoas. Por estar ligada de modo intrínseco à vida terrena, os espíritos ou entidades possuem hábitos comuns às pessoas, como o fumo de cachimbo, charuto, cigarros e álcool, presentes durante a realização de um “trabalho“, a incorporação no terreiro durante o ritual.
Na Umbanda, a cerimônia de louvação pode ser chamada de sessão, gira ou banda. A dirigente espiritual é chamada de mãe de santo ou pai de santo. Os religiosos se consideram irmãos por estarem na mesma casa, mas não há hierarquia entre eles. O filho de um filho de santo não é considerado neto de santo, por exemplo. Há o desenvolvimento mediúnico para incorporação. Em relação à linha sucessória, geralmente a escolha também é espiritual.
FONTE: REVISTA ÉPOCA
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