segunda-feira, 27 de abril de 2015

RELIGIÃO E VIDA PSÍQUICA

   
Irei postar hoje um texto muito interessante, com um ponto de vista muito parecido com o que adquiri ao praticar nossa Umbanda querida...
     Nos mostra a necessidade ou não de se ter uma religião e de se manter ou não nela. Lembrando que o intuito deste post que irei fazer não é de colocar dúvidas e nem descrédito na cabeça do leitor, e sim tentar dar mais segurança em seus sentimentos quanto à religião e aumentar ainda mais a  de todos.

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Por Ednay Melo
(Texto postado originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada)


     A PALAVRA RELIGIÃO vem do latim e significa “religare”, podendo ser interpretada como religação do homem a Deus. A religião tem como objetivo responder as perguntas que a ciência não responde, como de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos depois da morte, isto é, ocupa-se com o ser humano espiritual. Psicologicamente, Jung admite a existência de um Deus interno, imaterial.

     No aspecto filosófico, Osho, filósofo indiano e adepto da meditação zen, defende que há espiritualidade apenas cultivando os valores morais, sem necessariamente precisar existir a religião. Seria a consciência livre: se crer no que se deseja crer e não no que as crenças determinam.

     O pai da psicanálise, Sigmund Freud, como ateu convicto, sempre colocou a religião no aspecto negativo, como sendo a “neurose obsessiva da humanidade”. Colocou a religião como uma necessidade das civilizações em controlar os seus indivíduos em seus impulsos e instintos, pois as leis divinas sempre foram percebidas como mais sólidas e mais poderosas do que as leis humanas. Deste modo, passa-se a obedecer aos preceitos da sociedade devido o temor do castigo de Deus. (visão da psicanálise sobre a religião)

     O Deus criado pela humanidade viria para minimizar o sofrimento do que foge ao controle humano, como as catástrofes naturais e os fenômenos sobrenaturais, por exemplo. Considerando também que a figura de Deus representa a figura paterna, com teor psicológico ambivalente, tal como no complexo de Édipo. Enfim, para a psicanálise, a religião com os seus fenômenos proporciona a neurose

     Sendo a religião um Deus interno, imaterial, tal qual afirmou Jung e o conceito de espiritualidade de Osho, fácil conclui-se que o indivíduo pode e deve dirigir sua fé pela religião que achar coerente com os seus valores e princípios, reduzindo a um grupo específico e não generalizando os conceitos de Freud. 

     Mas por que a dificuldade de escolher uma religião e, depois de escolhida, por que a dificuldade de se manter nela? 

     Por que a insatisfação sempre incomoda muitas pessoas, fazendo-as até rejeitar a possibilidade do ser espiritual existir, bem como duvidar da existência de Deus? Também existem aquelas pessoas que, insatisfeitas com a religião que escolheram, se sentem melhores quando agridem e atacam a religião dos outros. 

     Para se encontrar a religião certa, entenda-se por certa aquela capaz de trazer a paz e a harmonia interior, é preciso que antes de tudo a pessoa se autoanalise e tenha o desejo sincero de interagir com a comunidade religiosa, que vivencie o ser em detrimento do ter, que questione “o que espero da religião e o que posso oferecer”, consciente do seu lugar no mundo e para o mundo. Porque a religião não pode servir como “muleta” para as pessoas emocionalmente imaturas, correndo-se o risco da insatisfação permanente e do entendimento distorcido do seu real valor. Talvez tenha sido este o motivo que levou Freud a afirmar que a religião é uma neurose. 

     Neurose nada mais é do que o “conflito” do ser consciente com todas as suas instâncias psíquicas e com o mundo exterior. Assim, se quer encontrar a sua religião ou aceitar a que pratica, encontre-se primeiro consigo mesmo e trabalhe as suas insatisfações perante a vida.


Que a Paz de nosso Pai Oxalá esteja sempre conosco!
Saravá a Umbanda!
Axé.....

Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, Edição 164 - 2014

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