Irei postar hoje um texto muito interessante, com um ponto de vista muito parecido com o que adquiri ao praticar nossa Umbanda querida...
Nos mostra a necessidade ou não de se ter uma religião e de se manter ou não nela. Lembrando que o intuito deste post que irei fazer não é de colocar dúvidas e nem descrédito na cabeça do leitor, e sim tentar dar mais segurança em seus sentimentos quanto à religião e aumentar ainda mais a FÉ de todos.
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Por Ednay Melo
(Texto postado originalmente no Jornal de Umbanda Sagrada)
A PALAVRA RELIGIÃO vem do latim e significa “religare”, podendo ser interpretada como religação do homem a Deus. A religião tem como objetivo responder as perguntas que a ciência não responde, como de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos depois da morte, isto é, ocupa-se com o ser humano espiritual. Psicologicamente, Jung admite a existência de um Deus interno, imaterial.
No aspecto filosófico, Osho, filósofo indiano e adepto da meditação zen, defende que há espiritualidade apenas cultivando os valores morais, sem necessariamente precisar existir a religião. Seria a consciência livre: se crer no que se deseja crer e não no que as crenças determinam.
O pai da psicanálise, Sigmund Freud, como ateu convicto, sempre colocou a religião no aspecto negativo, como sendo a “neurose obsessiva da humanidade”. Colocou a religião como uma necessidade das civilizações em controlar os seus indivíduos em seus impulsos e instintos, pois as leis divinas sempre foram percebidas como mais sólidas e mais poderosas do que as leis humanas. Deste modo, passa-se a obedecer aos preceitos da sociedade devido o temor do castigo de Deus. (visão da psicanálise sobre a religião)
O Deus criado pela humanidade viria para minimizar o sofrimento do que foge ao controle humano, como as catástrofes naturais e os fenômenos sobrenaturais, por exemplo. Considerando também que a figura de Deus representa a figura paterna, com teor psicológico ambivalente, tal como no complexo de Édipo. Enfim, para a psicanálise, a religião com os seus fenômenos proporciona a neurose.
Sendo a religião um Deus interno, imaterial, tal qual afirmou Jung e o conceito de espiritualidade de Osho, fácil conclui-se que o indivíduo
pode e deve dirigir sua fé pela
religião que achar coerente com
os seus valores e princípios,
reduzindo a um grupo específico
e não generalizando os
conceitos de Freud.
Mas por que a dificuldade
de escolher uma religião e,
depois de escolhida, por que a
dificuldade de se manter nela?
Por que a insatisfação sempre
incomoda muitas pessoas,
fazendo-as até rejeitar a
possibilidade do ser espiritual
existir, bem como duvidar da
existência de Deus? Também
existem aquelas pessoas que,
insatisfeitas com a religião que
escolheram, se sentem melhores
quando agridem e atacam
a religião dos outros.
Para se encontrar a religião certa, entenda-se por
certa aquela capaz de trazer a paz e a harmonia interior,
é preciso que antes de tudo a pessoa se autoanalise e
tenha o desejo sincero de interagir com a comunidade
religiosa, que vivencie o ser em detrimento do ter, que
questione “o que espero da religião e o que posso
oferecer”, consciente do seu lugar no mundo e para
o mundo. Porque a religião não pode servir como
“muleta” para as pessoas emocionalmente imaturas,
correndo-se o risco da insatisfação permanente e do
entendimento distorcido do seu real valor. Talvez tenha
sido este o motivo que levou Freud a afirmar que a
religião é uma neurose.
Neurose nada mais é do que o “conflito” do ser
consciente com todas as suas instâncias psíquicas e
com o mundo exterior. Assim, se quer encontrar a sua
religião ou aceitar a que pratica, encontre-se primeiro
consigo mesmo e trabalhe as suas insatisfações perante
a vida.
Que a Paz de nosso Pai Oxalá esteja sempre conosco!
Saravá a Umbanda!
Axé.....
Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada, Edição 164 - 2014
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