quarta-feira, 26 de outubro de 2016

ME CHAMARAM PARA ENTRAR NO TERREIRO. E AGORA? (PARTE 3)

Por Juliana Moya
Texto extraído do Jornal de Umbanda Sagrada

   Tentando acalmar os corações de algumas pessoas que estão começando o seu caminho na Umbanda, seja no Brasil ou em outros países, e têm dúvidas sobre algumas questões bastante relevantes. 

     Geralmente as dúvidas que as pessoas colocam são idênticas, ou muito parecidas. Creio que são questões que a maior parte das pessoas que começam na Umbanda têm (eu inclusive!), e por isso, neste texto, resolvi abordar algumas delas. Longe de mim saber a resposta ideal ou correta para estas ou outras questões da nossa religião. Minha intenção é apenas incentivar a reflexão e, quem sabe, ajudar-vos a encontrar uma resposta nos vossos corações.

     COMO SABER SE O TERREIRO QUE EU FREQUENTO É O CERTO PARA MIM?
     Esta questão é muitíssimo frequente. Sobretudo no início, as pessoas sentem muita dificuldade em identificar o que é bom e o que pode ser censurável num Terreiro. 

     O primeiro aspecto a ter em conta é que os Terreiros de Umbanda podem seguir os mesmo fundamentos religiosos, mas apresentarem grandes diferenças entre si. Alguns podem ser mais africanizados, incorporando fundamentos do Candomblé, outros mais esotéricos, ou com alguns fundamentos do Xamanismo, e assim por diante. 

     Não há certo ou errado em cada um destes exemplos, são todos válidos e a decisão de frequentar um Terreiro mais para um lado ou mais para o outro é de cada um. A Umbanda é uma religião em formação e não existe uma norma a que todos os Terreiros devem seguir, isto dependerá de cada dirigente e do corpo mediúnico. 

     Para entender o que é importante num Terreiro de Umbanda, é fundamental saber o que é Umbanda. Por isso, estudar os fundamentos da Religião é fundamental e nos ajuda a decidir se queremos seguir as práticas adotadas num ou noutro Terreiro. Apesar de haver muitas opiniões divergentes, vou enumerar alguns aspectos que, na minha opinião, são censuráveis e sobre os quais você deve ter atenção: 

     • Umbanda é a manifestação do espírito para a prática da caridade. Por isso, os trabalhos espirituais não são cobrados dos consulentes. Se o Terreiro que você frequenta ou pretende frequentar cobra entrada das pessoas, ou cobra pelos tratamentos, tenha atenção e analise esta questão de acordo com os fundamentos da religião. 

     • A Umbanda não realiza trabalhos de amarração amorosa, de magia negativa, de fechamento de caminhos, de vingança ou similares. Existem trabalhos espirituais nestas linhas, são todos possíveis e trazem resultados (mas estarão sujeitos às Leis de Causa e Efeito), mas definitivamente não fazem parte da religião de Umbanda.

     • Os médiuns são livres para escolher entrar e permanecer num determinado Terreiro. Se no seu Terreiro existem histórias de pessoas que sofreram represálias por manifestarem a vontade de sair, ou que os médiuns ou dirigentes fizeram trabalhos de magia negativa contra as pessoas que saíram ou se recusaram a entrar, fique alerta e pondere se quer fazer parte deste ambiente. 

     • A Umbanda não determina que os dirigentes espirituais (Pais e Mães de Terreiro) guardem para si os seus conhecimentos sobre a religião. Dirigentes que se recusam a explicar os rituais, que exigem trabalhos e oferendas dos médiuns sem razão aparente e que se colocam numa posição de superioridade adotam uma postura censurável. Apesar de poderem ter a sua mediunidade mais desenvolvida, ou de terem mais experiência na prática da religião, os dirigentes não são superiores a nenhum médium e é desejável que adotem uma postura de humildade, acolhimento e compreensão quanto a estes, ajudando-os a evoluir no seu caminho e não tentando bloquear o seu crescimento espiritual plantando a ignorância e o secretismo dos rituais.



Salve todo povo de Fé!
Salve a Lei Divina!
Que Deus Salve as Casas Santas!
Saravá a Umbanda!
Axé, Axé, Axé...



Fonte: JUS, Ed. 197, Out/16



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