Texto extraído do Jornal de Umbanda Sagrada
Tentando acalmar os corações de algumas pessoas que estão começando o seu caminho na Umbanda,
seja no Brasil ou em outros países, e
têm dúvidas sobre algumas questões
bastante relevantes.
Geralmente as dúvidas que as
pessoas colocam são idênticas, ou
muito parecidas. Creio que são questões
que a maior parte das pessoas
que começam na Umbanda têm (eu
inclusive!), e por isso, neste texto,
resolvi abordar algumas delas.
Longe de mim saber a resposta
ideal ou correta para estas ou outras
questões da nossa religião. Minha
intenção é apenas incentivar a reflexão
e, quem sabe, ajudar-vos a
encontrar uma resposta nos vossos
corações.
Quando uma pessoa é convidada para integrar a corrente mediúnica de um Terreiro de Umbanda (passar a fazer parte do grupo de médiuns, ficando do lado de dentro da corrente), surgem imediatamente muitas dúvidas e anseios.
Passar da assistência para o “lado de dentro” é um passo muito grande e têm muitas implicações. Por não saberem exatamente o que isto implica, muitas pessoas ficam em pânico, confusas, amedrontadas, acham que têm a obrigação de aceitar este chamamento e que a vida delas vai mudar radicalmente.
O primeiro conselho que eu posso dar é: tenha calma! Quando este convite é feito, ninguém, em circunstância nenhuma, é obrigado a aceitar. Algumas pessoas não se sentem preparadas ainda ou não se identificam com o Terreiro em questão. Por isso a recusa é totalmente legítima e a vida delas não vai desmoronar (não mesmo!) por causa disso.
Por isso, mesmo diante da surpresa, da animação e da excitação pela possibilidade de integrar a corrente mediúnica, é importante ter calma e pensar muito bem nos prós e contras de dar este passo, com calma, com tempo, com o coração.
Agora, falando sobre o que implica passar para o lado de dentro, algumas pessoas acham que implica somente passar a ir de roupa de branca e chegar um pouquinho mais cedo às sessões.
Mas não é só isso, de todo!
Mais do que tudo, passar para o lado de dentro significa assumir um compromisso, consigo próprio, com a casa, com a família espiritual daquela casa e com as suas próprias entidades.
Significa estar interessado e disponível para as atividades de desenvolvimento mediúnico, de caridade, para as Giras e outras atividades daquele Terreiro.
Significa, também, estar disponível para organizar, limpar e ajudar nas tarefas de preparação do ambiente para os trabalhos espirituais que são realizados. Aqui também impera a liberdade de cada um, e o seu desenvolvimento vai caminhar conforme o seu interesse e dedicação.
Há quem chegue no dia da Gira, coloque a roupinha branca, participe dos rituais e logo a seguir vai embora. Há quem faça tudo isso e, para além, se preocupa em chegar mais cedo para limpar o chão e o Congá, arrumar as flores, organizar a assistência, fazer a sustentação energética durante a Gira, ler e estudar a religião de Umbanda, propor matérias interessantes para serem estudadas no Terreiro, etc.
O certo e errado, melhor ou pior em tudo isso, caberá à consciência e coração de cada um dizer.
Salve todo povo de Fé!
Salve a Lei Divina!
Que Deus Salve as Casas Santas!
Saravá a Umbanda!
Axé, Axé, Axé...
Fonte: JUS, Ed. 195, Ago/16
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