quarta-feira, 3 de junho de 2015

LINHA DE AÇÃO E TRABALHO DOS MARINHEIROS

   
Escrito por Mãe Lurdes de Campos Vieira

     Ser Marinheiro de Umbanda significa ser eterno amante do mar e de seus mistérios, significa auxiliar pessoas e espíritos necessitados com os recursos do mar, dos mistérios das águas. 

     Os Marinheiros são milhares de espíritos que em suas últimas encarnações viveram do mar, pelo mar e para o mar, dentro de embarcações. Alguns navegaram, outros submergiram nas águas profundas, outros foram arrastados pelas ondas para dentro dele e outros foram levados para outros lugares pelas correntes marítimas. 

     Esses espíritos, quando encarnados, foram capitães do mar, comandantes de navios, soldados da marinha, bucaneiros, piratas, pescadores, navegantes e todos os eternos amantes do mar e dos seus mistérios.

     Os Marinheiros, no lado espiritual, vivem submersos no fundo do mar, a realidade aquática da vida, que é a região do povo d’água, os seres aquáticos elementais da água. 

     Nessa dimensão aquática, a água os deixa firmes, ao contrário do que acontece quando incorporados. 
     Na matéria, cambaleiam de forma ondulada, balanceando, ao liberar o poder de seu mistério por meio de ondas magnéticas no campo espiritual do médium e do templo. 

     Seus magnetismos absorvem muito do álcool do corpo do médium e, para não paralisar nenhuma das funções de seu Médium e dar fluidez e volatilidade às suas vibrações de espíritos, expandindo seus campos magnéticos, estabilizando e equilibrando a incorporação. Utilizam a energia do rum ou da cachaça para executar as funções que lhes cabem.

     Incorporados em seus Médiuns, os Marinheiros se movimentam e dançam como se estivessem se equilibrando sobre o tombadilho de um barco ou de um navio em alto mar, mas o que realmente acontece é que eles se manifestam sob a irradiação de Mãe Iemanjá, cujo magnetismo faz com que eles tenham os movimentos das ondas do mar. 

     Podem ser regidos também por outras Mães d’água, como Nanã, Oxum e até mesmo Obá, formando uma linha de “Povos da água”. 

     Seus magnetismos aquáticos dão a impressão de que o solo está se movendo sob seus pés e por isso eles imitam os marujos nos tombadilhos dos navios.

     Esses espíritos são extrovertidos, alegres e cordiais, colocando os consulentes à vontade. São magos nos mistérios aquáticos e trazem-nos a possibilidade de libertação dos nossos entraves. 

     A forte vibração da energia aquática dilui cargas trevosas, purifica pessoas e ambientes e atua no trabalho de cura. 

     Mãe Iemanjá é a Senhora do lado de cima da Grande Calunga, o mar, e Omolu é o senhor do lado de baixo da Pequena Calunga, a terra, e sustentador do eterno vai-e-vem das águas.

Saravá o Povo do Mar!
Saravá a Umbanda!
Axé...


Fonte: Acervo Pessoal

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