Texto de Manoel A. Souza.
Deve haver dentro de cada um de nós, a consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas. Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, nosso "Chão".
O "Chão" que o acolheu!
É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério o pagamento de nossa contribuição financeira.
Sem dinheiro, mal podemos nos locomover, não conseguimos pegar um ônibus, comer, ou fazer parte de qualquer atividade social, a menos que essa entidade se auto mantenha, mas mesmo assim, para o Terreiro se manter de pé, alguém estará custeando as suas atividades e as nossas presenças.
Quando um Terreiro nos abre as portas para uma sessão de culto, e/ou uma reunião festiva em louvação aos Orixás, ou mesmo para uma simples consulta espiritual, por mais humilde que seja o templo, esteja certo de que está havendo uma despesa para que essa atividade se realize! E, se somos recebidos gratuitamente, alguém está custeando as despesas para a realização dessa empreitada espiritual. Alguém irá pagar a conta.
A Umbanda não cobra DÍZIMO e nem “mão de obra” pelos trabalhos espirituais realizados nos Templos, que são as Casas dos Orixás, espaços simples e acolhedores, onde com os nossos pés no chão, sentimos a força e a leveza da Energia Espiritual, também constatamos ali, todo o nosso potencial de realização que emana da energia do Terreiro indo além de nossa imaginação.
O fato de não se cobrar o DÍZIMO, não significa ausência de despesas, é claro que não! Sabemos das inúmeras despesas de um Terreiro, dentre elas, luz, água, produtos de limpeza, velas, defumação, bebidas, fumo e outros materiais ritualísticos, além de encargos e cobranças relativas à legalização e contabilidade de um Terreiro!
Tudo isso, sem falarmos de pagamento de alugueres em alguns casos.
Será que o Dirigente Espiritual, o Diretor de Culto, ou Diretora de Culto, deve arcar com essas despesas a fim de fazer valer sua condição de “proprietário do terreiro”?
Serão os Diretores, os maiores beneficiados nos trabalhos espirituais realizados nos Terreiros?
Não! Não são!
O Terreiro é um espaço nosso e sagrado, ele é um prolongamento da nossa casa. E, o Dirigente Espiritual, em sua Sublime condição de “Médium Dirigente”, ao realizar o seu Trabalho Espiritual em cumprimento de suas Atribuições Cármicas, simultaneamente, ele amenizando o “peso cármico” de cada um dos seus Filhos no Santo, seus afilhados espirituais.
O Dirigente Espiritual, literalmente com os "pés no chão”, humildemente, cumpre a sua nobre Missão Espiritual, ao mesmo tempo, trabalhando em prol de seu Crescimento Espiritual e de todo o grupo de médiuns e consulentes, pacientemente e generosamente, nos dedicando a maior parte do seu tempo. Por tudo isso e por todo o seu desprendimento, nos impõe o salutar dever Moral e Espiritual de ajudá-lo na condução e manutenção do nosso Templo.
Portanto, deve haver dentro de cada um de nós, a consciência de que a nossa responsabilidade espiritual não se limita a “ vestir o branco”, e participar das Sessões Espíritas.
Temos que nos mostrar sempre presentes e dispostos a ajudar sempre, colaborando ativamente e financeiramente com a manutenção do nosso Terreiro, nosso Chão.
O Chão que nos acolheu!
É nosso dever mantê-lo em funcionamento, levando a sério também a nossa contribuição financeira.
Na verdade, o Terreiro é uma Grande Família. O sentimento de irmandade, fraternidade, amor e respeito, reinante no seio do Terreiro, constitui a base de um Grande Elo de Corrente Espiritual. Por outro lado, todos nós temos Direitos e Deveres, temos responsabilidades e obrigações uns com os outros, essa consciência grupal faz parte de nosso trabalho espiritual. A generosidade faz parte de nossa elevada missão de Médium.
Sabemos que há muitos irmãos que só procuram o Terreiro, quando necessitam de orientação para seus problemas existenciais, como se procurassem uma clínica médica, um Analista e seu Divã.
No Terreiro, ao invés do Divã, sentam no tosco banquinho do Preto Velho ou da Preta Velha; contam suas mágoas e queixas e, resolvidos os seus conflitos, alguns passam a condição de visitantes costumeiros, e com o passar do tempo, acabam se conscientizando da importância de suas atribuições cármicas e, como Médium em desenvolvimento, passam a fazer parte daquela Família Espírita.
Outros, após sanados seus problemas interiores, se ausentam até que surja outro problema.
Esses Visitantes eventuais, não conhecem intimamente a importância do exercício da mediunidade, deixam para trás a oportunidade de fazer parte do convívio daquele Terreiro. Esses visitantes ocasionais desconhecem a verdadeira importância de ser Médium!
Um Médium não fica “parado” ouvindo discursos preconcebidos, baseados em “verdades prontas”.
O Médium é um Ser em Evolução Espiritual, buscando a sua própria Verdade. O Médium é um elo na escalada espiritual, contribuindo em suas múltiplas manifestações mediúnicas, para o seu próprio aperfeiçoamento religioso e cultural, indiretamente e dentro de seus limites, contribuindo para o aperfeiçoamento da própria Espécie Humana.
Saravá a todos!
Axé, axé, axé...
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